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18.7.08

A Gallinha e a Águia

Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia.

Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha.

Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.

Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:

- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.

- De fato, disse o homem.- É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras.

- Não, retrucou o naturalista.- Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.

- Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.

Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse:

- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!

A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.

O camponês comentou:

- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!

- Não, tornou a insistir o naturalista. - Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.

Sussurrou-lhe:

- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!

Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas.

O camponês sorriu e voltou a carga:

- Eu havia lhe dito, ela virou galinha!

- Não, respondeu firmemente o naturalista. - Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.

No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e
dourava os picos das montanhas.

O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:

- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!

A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte.

Foi quando ela abriu suas potentes asas.

Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais para o alto.

Voou. E nunca mais retornou.


Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas. E ainda até pensamos
que somos efetivamente galinhas. Porém é preciso ser águia. Abrir as asas e voar. Voar como as águias. E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar.



Leonardo Boff

12 comentários:

Unknown disse...

gostei da historia, vo da uma olhada no resto ;D

Lara Sousa disse...

Adorei a mensagem da história, relamente sempre tem aquelas pessoas do nosso lado nos puxando para baixo é preciso força para abrir os olhos e se erguer;

beeijO

Guilherme SanPer disse...

mto bom o texto
mi fez pensar bastante

bem legal

abraços

Anônimo disse...

mto bom...

Marcelo Leite disse...

impressionante.

James Bond disse...

é.. o que dizer... rs


www.sfjb.blogspot.com

Valfredo Mateus disse...

Muuuiiito bom o texto, já o havia lido, mas não sabia que era de Leo Boff. Um ótima releitura da alegoria das cavernas.
Abraço!

Riso Certo disse...

isso mesmo... pensar grande.

Saulo disse...

o mais incrível das fábulas é que sempre me deixam reflexivo depois.

PABLO ROBLES disse...

Essa fábula é famosa, belíssima e sempre revigorante. Devemos ser cada vez mais águias e cada vez menos galinhas, em tudo na vida.

Abraços

www.gritopacifico.blogspot.com

Dário Souza disse...

Muito boa a mensagem da historia.

Anônimo disse...

Além de ser totalmente um conto de fadas, ainda subestima as galinhas.
hahha que lixo de texto.

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